- Expresso Folha Vitória
- Posts
- 🌎 COP 30 E O FUTURO DO PLANETA
🌎 COP 30 E O FUTURO DO PLANETA
Edição expressa detalha o que você precisa saber sobre a conferência que debate ações para combater as mudanças climáticas
EDIÇÃO EXPRESSA ✍️ Nesta edição, reunimos os principais pontos sobre a conferência que debate ao longo desta semana as ações necessárias para frear os danos ambientais que aceleram as mudanças climáticas no planeta.

Começa nesta segunda-feira (10), a COP 30. Essa é a 30ª edição do encontro anual da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas.
Neste ano, o Brasil será o centro das atenções. O evento acontece em Belém, no Pará, e reúne representantes de quase 200 países, líderes mundiais, cientistas e ativistas para discutir o futuro do planeta.
A sigla COP vem de “Conferência das Partes”, nome dado aos países que assinaram, em 1992, a Convenção da ONU sobre Mudança do Clima, um tratado que nasceu durante a Rio92 e se tornou a base das conferências climáticas.
A primeira edição foi em 1995, em Berlim, e desde então o encontro se tornou o principal espaço de decisão sobre metas, acordos e estratégias para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
Por que o Brasil foi escolhido?
A ideia de sediar a COP 30 começou em 2022, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs que o evento fosse realizado na Amazônia, destacando a importância da floresta para o equilíbrio climático do planeta.
A candidatura oficial de Belém foi apresentada em 2023, com apoio unânime dos países da América Latina, e confirmada durante a COP28, em Dubai.
Belém será a primeira cidade da Amazônia a receber uma conferência do clima, um marco simbólico, já que a região é uma das mais afetadas pelas mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, essencial para conter o aquecimento global.

Foto: Arquivo/ Agência Brasil
Os desafios e as polêmicas
Desde o anúncio, a escolha da cidade trouxe desafios. A infraestrutura de hospedagem, por exemplo, era limitada. Havia poucos quartos disponíveis e os preços dispararam. Diárias chegaram a ser anunciadas por R$ 6,5 mil, e apartamentos inteiros foram colocados à venda por valores absurdos durante o período da conferência.
O governo brasileiro precisou intervir, contratar navios de cruzeiro para acomodar delegações e negociar tarifas mais acessíveis.
Outro problema foi o aumento do preço do açaí, alimento básico na mesa dos paraenses. A alta demanda local e internacional fez o preço do litro subir mais de 50% só nos primeiros meses do ano.
Além disso, o governo foi criticado por autorizar obras de infraestrutura, como a construção de uma rodovia que corta áreas de floresta amazônica, o que levantou dúvidas sobre a coerência ambiental do país que vai sediar um evento voltado justamente à preservação do meio ambiente.

Foto: Reprodução/ TV Brasil
O que estará em pauta?
A COP 30 deve discutir o cumprimento das metas do Acordo de Paris, firmado em 2015, que busca limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
Apesar do avanço das energias renováveis, os compromissos assumidos até agora estão longe do necessário para atingir essa meta.
Entre os principais temas estão:
A transição energética e a redução do uso de combustíveis fósseis;
O financiamento climático, que prevê bilhões de dólares em ajuda de países ricos para nações em desenvolvimento;
E novas estratégias de preservação das florestas tropicais, com destaque para o “Fundo Florestas Tropicais para Sempre”, proposto pelo Brasil.

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
E por que tudo isso importa?
A COP 30 acontece em um momento decisivo. Ondas de calor extremo, secas, enchentes e incêndios mostram que o clima do planeta já está mudando rapidamente.
O objetivo é tentar garantir que ainda haja tempo para limitar esses impactos e que as promessas feitas nos últimos anos saiam do papel.
E qual o papel do Espírito Santo no debate?
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), deve fazer durante o encontro em Belém cinco anúncios importantes para a área ambiental do Espírito Santo.
As iniciativas envolvem desde a criação de um selo de descarbonização até um plano estadual de adaptação às mudanças climáticas. As ações, segundo o governador, reforçam o compromisso do Estado com a redução de emissões e com a prevenção de desastres ambientais.
Veja a seguir as iniciativas apresentadas:
Selo de reconhecimento
Um dos destaques será o lançamento do Selo Descarboniza-ES, criado para reconhecer empresas que adotam medidas concretas para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Para receber o selo, as companhias precisarão apresentar um inventário de emissões, um plano de descarbonização e comprovar redução mínima de 5% nas emissões.
Nova plataforma pública
Nesta segunda, deve ser lançada a plataforma do Programa Capixaba de Mudanças Climáticas, que reunirá dados e resultados das ações do Estado voltadas à redução de emissões e à adaptação climática. O sistema vai permitir que qualquer cidadão acompanhe de forma transparente as metas e o progresso do Plano de Descarbonização do Espírito Santo.
Plano de adaptação às mudanças climáticas
Durante a conferência, o governo também vai lançar o Plano Estadual de Adaptação às Mudanças Climáticas, que ficará disponível para consulta pública dentro da plataforma recém-criada. A população poderá contribuir com sugestões por um período de 30 dias. O plano propõe obras e soluções baseadas na natureza, como projetos de macrodrenagem e dessalinização, para reduzir os impactos da crise climática.
Apoio aos municípios capixabas
Outro anúncio importante será o financiamento integral para a criação dos Planos Municipais de Redução de Risco e Adaptação Climática, dentro do programa Cidades ResilientES. Com isso, o Espírito Santo se tornará o primeiro estado do país a garantir apoio financeiro para que todos os municípios elaborem seus planos de enfrentamento e prevenção de desastres ligados às mudanças climáticas.
Avanço no cadastro ambiental rural
A última iniciativa será a assinatura de uma parceria entre o Idaf e o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) para acelerar o Cadastro Ambiental Rural (CAR). O objetivo é que todas as propriedades rurais estejam cadastradas até o ano que vem. Após a validação, os proprietários serão notificados para regularizar áreas de Reserva Legal e Preservação Permanente. O processo pode levar até 20 anos.
Acompanhe a cobertura completa em folhavitoria.com.br. Até amanhã!